
A presidenta Dilma Rousseff, entre o governador Eduardo campos (E) e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o ministro das Cidades, Mário Negromonte, e o senador Humberto Costa (PT-PE) em Cupira (PE). Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
“Estou aqui em Cupira, numa região que foi dramaticamente afetada por um desastre natural de grandes proporções… Hoje estou aqui com o meu coração em festa porque tenho certeza de que nós, brasileiros, que somos pessoas trabalhadoras, temos obrigação de colocar nossa cabeça para funcionar para nos prevenirmos de desastres naturais.”Durante a visita, a presidenta Dilma foi muito festejada pela população. Homens, mulheres e crianças saíram às ruas para acompanhar o trajeto entre o campo de futebol – onde o helicóptero pousou – até o ginásio de esportes. Na entrada do local da cerimônia a presidenta Dilma parou e se deslocou até um grupo de pessoas que a ovacionava.
No palco da cerimônia, a presidenta lembrou do desastre natural ocorrido no ano passado, que desalojou milhares de moradores naquela região. Ela contou também que acompanhou o drama dos moradores junto com o presidente Lula, e que a visita dela representa o resgate do compromisso assumido no passado para as obras das barragens e o projeto de construção de 15,6 mil casas para as famílias que ficaram desabrigadas em função da enchentes.
No discurso, a presidenta informou que o governo federal tem R$ 11 bilhões para obras de contenção de encostas e retirada das populações dos morros. Segundo ela, o início das ações ocorre em Pernambuco. “Isso significou que nós, além de aportarmos recursos para construção de mais 15,6 mil casas, vamos também encarar o desafio de construir as moradias num local seguro”, explicou.
Depois, a presidenta destacou a importância de Pernambuco e dos oitos estados da região Nordeste para o desenvolvimento econômico. Dilma Rousseff disse que a região apresenta crescimento a taxas superiores daquelas verificadas em outras regiões. Ela afirmou que Pernambuco vive um momento bastante especial e citou como exemplo as obras da transposição do rio São Francisco e da refinaria Abreu e Lima.
A presidenta Dilma chamou a atenção da plateia para a crise financeira internacional que, segundo ela, se verifica nos Estados Unidos e na Europa, para emendar que “a raiz dessa crise é a mesma daquela que enfrentamos em 2008″. Segundo ela, naquela época o Brasil foi o último país a entrar e o primeiro a sair da crise.
“Enfrentar [a crise] significa trabalhar. Foi isso que nós fizemos… Hoje nós temos muito mais dinheiro do que tínhamos naquela época. Hoje temos US$ 350 bilhões de reservas. Hoje temos crédito suficiente para, se houver qualquer problema internacional, a gente tenha recursos para nossas empresas. Temos certeza e convicção de que crise a gente não enfrenta se apequenando, sendo covardes. Crise, a gente enfrenta com coragem, e coragem significa saber a nossas forças, ter a consciência de nossa força e a firme determinação de que hoje temos todas as condições de transformar num novo momento de salto para o Brasil. E assim vamos fazer.”Dilma Rousseff explicou que no ano de 2009 uma das decisões do governo no bojo da crise foi lançar o programa Minha Casa, Minha Vida, com meta de construir 1 milhão de moradias. Porém, segundo disse, alguns setores previam que o país não tinha condições de levar o projeto adiante, seja por falta de mão de obra ou por dificuldades no setor de construção civil. Mas ficou demonstrado que o país não apenas conseguiu atingir a meta como também lançou a segunda etapa do programa, com a oferta de mais 2 milhões de habitações.
“A gente sempre tem de achar que o que nós conseguimos ainda é pouco. Nós temos que conseguir mais. O grande desafio nosso, Eduardo [Campos, governador de Pernambuco] é sermos capazes de entregar educação de qualidade, saúde de qualidade e segurança para a população. Se formos capazes de criar um círculo virtuoso de distribuição de renda, agora devemos ser capazes de melhorar o serviço público. Vou perseguir isso 24 horas por dia.”Ouça abaixo a íntegra do discurso da presidenta Dilma Rousseff ou leia aqui a transcrição.
As barragens – A cidade de Cupira parou para acompanhar a vista da presidenta Dilma Rousseff e o governador Eduardo Campos. Num ginásio ocorreu a cerimônia de assinatura de ordens de serviço referentes à construção das barragens de Panelas II e Gatos, com recursos da ordem de R$ 65 milhões. A ação faz parte de um plano de contenção de enchentes que ocorrem, sobretudo, na região conhecida como Mata Sul, no estado de Pernambuco.
A barragem Panelas II será construída no rio Panelas, afluente do rio Piranji, no município de Cupira. Ela vai ocupar uma área de 324 hectares e terá capacidade para acumular 17 milhões de m³. Sua construção vai custar R$ 50 Milhões (R$ 11,5 milhões de contrapartida do governo do estado), e vai beneficiar mais de 13 mil pessoas dos municípios de Belém de Maria, Catende e Palmares.
Já a barragem Gatos será instalada em um afluente do rio Panelas, no município de Lagoa dos Gatos, e deverá beneficiar cerca de 5,5 mil pessoas. Os recursos para a obra estão estimados em R$ 15 milhões (R$ 3,4 milhões de contrapartida do estado). Com 241 hectares, o reservatório poderá receber até 6,3 milhões de m³.
O convênio entre a União e o Governo do Estado de Pernambuco para a construção das duas barragens foi assinado em maio deste ano e são consideradas pelo Ministério da Integração Nacional como um importante passo na ampliação dos investimentos em defesa civil. Durante a solenidade foi assinado convênio para a construção de uma terceira barragem no rio Una, a de Serro Azul.
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