quinta-feira, 23 de junho de 2011

Combater a miséria é investimento, não custo, avalia ministra Tereza Campello

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, fala sobre o Plano Brasil sem Miséria, que visa a retirar 16,2 milhões de pessoas da extrema pobreza. Foto: Valter Campanato/ABr

bom dia, Ministro O Brasil sem Miséria tem um orçamento anual estimado em R$ 20 bilhões, no mínimo, numa avaliação de que “não é um custo (…), é um investimento”. A afirmação foi feita por Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em mais uma entrevista de divulgação do Plano Brasil sem Miséria, desta vez no programa Bom Dia Ministro.

Segundo Tereza, o governo federal tem pesquisas que mostram que a cada R$ 1 investido no Bolsa Família e distribuído para a população de baixa renda, R$ 1,40 retornam aos cofres públicos, multiplicando o PIB das localidades. Portanto – explicou ela – “ganha o consumidor, a população pobre, mas ganha também o comércio, a indústria porque vendem mais, e ganha todo o país”.

Durante a entrevista, a ministra do MDS enfatizou que o Brasil sem Miséria não é um programa, mas um plano nacional que envolve várias ações: algumas que já existiam, como o Bolsa Família, e iniciativas novas, como é o caso da Bolsa Verde.

“É como se a gente tivesse criado uma força-tarefa, um esforço do país para erradicar a extrema pobreza”, explicou Tereza.

Mesmo tendo sido lançado recentemente (no último dia 2 de junho) o Plano “já está na rua” com diversas iniciativas – informou a ministra –, a exemplo das negociações envolvendo o MDS, a Conab e o Ministério do Desenvolvimento Agrário para a venda de produtos do meio rural ao governo federal e a supermercados. Segundo Tereza, no Nordeste, especialmente, já estão sendo contratadas equipes de assistência técnica em todos os estados. Essas equipes vão acompanhar as famílias, oferecendo assistência técnica, distribuindo sementes e orientando-as para que possam produzir melhor e tenham possibilidade de vender os seus produtos.

No que diz respeito à qualificação, a ministra explicou que o governo federal está adotando uma nova postura com o Brasil sem Miséria: em vez de formar as pessoas e depois identificar onde pode haver vagas, a partir de agora será feito um movimento oposto, ou seja, primeiro estão sendo levantadas quais as demandas reais do mercado de trabalho em cada uma das regiões e em cada uma das cidades.

“No Rio e em cidades que vão receber grandes eventos, como a Copa do Mundo, estamos tendo uma demanda grande no setor de serviços (hotéis, restaurantes, recepcionistas, camareiras etc). Onde há obras do PAC e grandes empreendimentos, a busca é na área de construção civil, exemplificou Tereza.

Ouça abaixo íntegra do programa Bom Dia Ministro:







De acordo com a ministra, neste momento, o governo federal – em parceria com os governos estaduais e municipais – está identificando as demandas de qualificação, primeiro nas principais cidades do país, para depois chegar às cidades de médio e pequeno porte. Tereza acredita que a maior parte das pessoas que fizerem os cursos serão contratadas, porque existe hoje uma procura muito grande por empregados. E conclui: “O que nós estamos tentando é fazer com que esse Brasil que cresce, esse Brasil cheio de vagas e cheio de empregos, se encontre com essa população, que é uma população pobre, ainda sem qualificação. Esse é o nosso grande esforço.”

Sobre a questão das fraudes, Tereza avalia que o Estado brasileiro já avançou muito, felizmente, ao longo dos últimos oito anos. Quando o Bolsa Família começou – lembrou ela – havia um nível de denúncias relevante, porque desvios vinham acontecendo. Hoje o nível de fraudes é considerado “muito pequeno” – menor que 0,5% – porque os dados do Bolsa Família são públicos, as famílias que recebem os benefícios são conhecidas, o governo federal criou mecanismos para fiscalizar, com o cruzamento de vários cadastros, e as pessoas denunciam, explicou a ministra.

“À medida que a gente foi descobrindo essas denúncias e as pessoas foram sendo responsabilizadas, isso veio terminando”.

Para Tereza, o conceito fundamental do Brasil sem Miséria é que, desta vez, não são as famílias que vão atrás do Estado, mas é o Estado que vai buscar as famílias para inseri-las profissional e socialmente. Para que isso dê certo – explicou ela – o governo federal está mobilizando todo o setor público brasileiro. Na Amazônia, por exemplo, a parceria está sendo feita com o INSS, o Banco da Amazônia e o Exército, só para citar algumas instituições envolvidas no processo. Encontrar as famílias em situação de extrema pobreza não é fácil – explicou a ministra –, mas “nós não podemos simplificar uma coisa que é muito complicada”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário